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O que devemos as mulheres no dia 8 de março em Vera Cruz?

Em nosso calendário, oito de março é uma data que chama atenção. Comemoramos o dia internacional das mulheres. Nesta data há uma profusão de homenagens, flores, faixas e mensagens que exalta as características femininas.
É verdade que todas estas manifestações são legitimas e muito bem merecidas. Entretanto, na prática o que se vê no Brasil não se pode traduzir em respeito e reverência para com as mulheres.
Nascido de um dia de massacre, onde centenas de mulheres que protestavam por melhores condições de trabalho foram trancadas e incineradas em uma fábrica, o dia Internacional da Mulheres é uma data de reflexão sobre as condições reais da vida feminina dentro das sociedades machistas e desiguais.
Quando as 130 tecelãs ocuparam. Em 1857, uma fábrica em Nova Iorque para protestas contra condições de trabalhos sub-humanas, certamente não imaginavam que este ato as eternizaria em um dia dedicado à luta por igualdade social plena.
Assim como em 1857, hoje as mulheres seguem sendo descriminadas e tratadas como inferiores aos homens, não obstante a enxurrada de homenagens, a prática é a mesma que moveu as 130 mulheres de nova Iorque.  
Tomemos por exemplo o município de Vera Cruz –  situado há poucos minutos da terceira maior cidade do Brasil, Salvador – lá a principal dadiva das mulheres é negada devido à falta de administração: Nenhuma cidadã de Vera Cruz tem a possibilidade de parir na terra onde nasceu ou escolheu para morar.  Parece, à primeira vista, uma bobagem. Todavia, negar a possibilidade de dar à luz em condições dignas de saúde e higiene retrata de forma inegável a maneira como o poder administrativo municipal respeita às mulheres.
Se um direito natural é negado, como serão tratados os demais direitos? Este é apenas um simples exemplo de que, se bem verificarmos a nosso redor, muito pouco teremos para comemorar. Existem muitas “Vera Cruz” espalhadas pelo Brasil. Onde tudo é muito precário. Além de não permitir que as mulheres vejam seus filhos nascerem na terra natal, a falta de compromisso da gestão atual vai mais longe: As mães que precisarem trabalhar não contam com uma creche para deixarem seus filhos e filhas. Em um município onde o slogan da administração atual proclamava a educação como prioridade absoluta, a ausência de creches é um verdadeiro contrassenso.
Por Jorge Andrade

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