Alíquota de importação alta deixa o Brasil isolado
Estudo do economista Flavio Carneiro, do Ipea, comparou a alíquota média de importação de bens intermediários. Em 1995, a tarifa era 13,1%; em 2003, foi para 13,6%; e agora está em 12,9%. Outros países reduziram fortemente suas taxas. O México, por exemplo, saiu de 15,2% para 4,5%. O resultado é que o Brasil deixa de se integrar à cadeia global de produção.
Saindo da média e olhando detalhadamente os setores, vemos que a estratégia de proteção atinge mais aqueles produtos com produção integrada, como os carros, que necessitam de partes vindas de vários países do mundo. Quando se encarece a importação acaba por encarecer também a exportação. O custo do produto pronto fica mais caro aqui do em países menos protecionistas.
É uma discussão antiga no Brasil, um país muito fechado. O governo Collor derrubou a tarifa média e algumas barreiras em setores específicos. Mesmo o presidente tendo perdido o cargo, aqueles passos foram mantidos. O problema é que novos avanços não foram feitos.
O estudo conclui que o país não entendeu a nova lógica produtiva, de se integrar às cadeias globais de produção. Não fez acordos comerciais com países nem tem pensado estrategicamente o comércio exterior. O resultado é que, esse ano, temos acumulado déficits na balança comercial. Piora também o fato de que estamos exportando e importando menos. Isso significa menos atividade econômica no Brasil.
(Por Míriam Leitão)
(Por Míriam Leitão)