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O Brasil em junho

A Copa do Mundo transformará o mês de junho, com um Brasil num estado de perplexidade, animação e euforia como há muitos anos não se vê nesta época neste país.
Em 1950, essa euforia não representava o que representa hoje, pois éramos um país de 40 milhões de habitantes. O futebol era uma vontade de alegria, mas não era uma realidade de um país que já conquistou cinco Copas do Mundo, a última em 2002.
Existe uma geração nascida no século XXI que ainda não teve o gosto de ver o Brasil campeão do mundo. Hoje, esses brasileiros que nunca viram uma conquista mundial, somados a toda a geração que participou dos cinco campeonatos, gostariam de torcer no campo com o espírito patriótico tão forte quanto a própria felicidade de um povo considerado o segundo mais feliz do mundo.
Os preços proibitivos e a dificuldade de compra dos ingressos permitirão que menos que 0,05% possa assistir aos jogos no campo.
Essa tristeza de estar num banquete e não poder sentar nessa mesa maravilhosa poderá se agravar se, nesses meses de maio e junho, o governo tiver a necessidade de aumentar a tarifa de energia e a de transporte para que empresas não venham a quebrar e municípios não continuem à míngua. Além de tudo o que está acontecendo na Petrobras, será necessário ainda aumentar o combustível.
Vamos torcer também para que não haja racionamento de energia por causa dos níveis baixos dos reservatórios brasileiros. Vamos torcer para que a parte fiscal melhore e que não haja nenhum problema com a inflação, que poderia ir de 6% para 8%. Seria o pior dos mundos para os assalariados, que estariam vendo a redução de seu poder aquisitivo.
(Jornal do Brasil)

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