Mocidade Alegre é tricampeã do carnaval de São Paulo
Com sede no bairro do Limão, a Mocidade Alegre levou, nesta terça-feira (4), o terceiro título consecutivo do carnaval de São Paulo. Com o samba-enredo “Andar com fé eu vou… Que a fé não costuma falhar”, inspirado na canção “Andar com Fé”, de Gilberto Gil, a escola de samba deixou, assim como no ano passado, a Rosas de Ouro em segundo lugar depois de uma intensa briga por décimos. Águia de Ouro completa o ranking. Pérola Negra e Leandro de Itaquera foram as escolas rebaixadas.
Aos prantos, a presidente da Mocidade, Solange Cruz Bichara Rezende, mal conseguiu dar entrevista após o anúncio. “Não estou acreditando”, disse aos jornalistas que estavam presentes na apuração. “A gente se empenhou tanto, passamos por tanta coisa”
A Mocidade conquistou o 10º título de sua história falando sobre a fé em suas várias manifestações e significados, não apenas como fundamento religioso, mas como parte inerente do ser humano. O samba-enredo deste ano foi composto a várias mãos por Ana Martins, China da Morada, Douglas Sabião, Marcio Bueno, Rodriguinho e Victor Alves.
A campeã do carnaval representou com as cores da escola – vermelho, verde e branco- as seis maiores religiões cultuadas no País, com alas que ilustraram o candomblé, hinduísmo, budismo, cristianismo, islamismo e judaísmo. A comissão de frente trouxe integrantes vendados, representando a “fé cega”. Imponente, o abre-alas “A chama da Fé ardente” defendeu a fé como um sentimento contagiante.
Logo nos primeiros minutos de desfile, a bateria representava o hinduísmo e, comandada pelo mestre Sombra, realizou uma longa parada. O ato provocou o público no Anhembi, que vibrou e respondeu entoando a letra do samba-enredo. Ao final, uma nova parada dos ritmistas surpreendeu. A grandeza e riqueza de detalhes dos carros alegóricos reafirmaram a tradição da escola no carnaval paulista.
Além das religiões, as alas da escola passearam pelas crenças e superstições de vários povos. Gatos pretos desfilaram carregando escadas e sambavam embaixo da estrutura, como uma provoção à possível má sorte que gatos pretos e circular sob escadas poderiam atrair. A ala das baianas, entre elas 20 senhoras da velha guarda da escola, relembraram a magia cigana. O desfile foi encerrado dentro do horário permitido, aos 65 minutos.