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Condenado no mensalão, Dirceu se diz vítima de ‘inveja da elite’

Condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no processo do mensalão a uma pena de dez anos e dez meses, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, hoje com 67 anos, disse, nesta terça-feira (10), que é vítima da inveja do País após a ascensão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que dedicou 50 anos da sua vida ao Brasil.
Dirceu e os outros réus condenados no mensalão podem começar a cumprir penas na prisão ainda nesta semana, se a Corte assim determinar. Em entrevista ao programaentrevistaFPA, da Fundação Perseu Abramo, o ex-ministro disse que nunca fez “política por ascensão, pelo poder” e que, quando esteve em cargos públicos, trabalhou “em benefício da sociedade, do povo brasileiro”. 
— Eu sempre fiz política pelo Brasil. […] Dediquei 50 anos da minha vida ao Brasil e 30 anos ao PT. Me sinto realizado pelos avanços e pelos progressos do Brasil nos últimos 11 anos. Fui transformado por inveja da elite do País, pela inveja da ascensão do Lula presidente, pelo que o PT fez pelo Brasil, a imagem que o Lula tem hoje no mundo e Dilma agora.
Homem forte do primeiro mandato do governo Lula (2002-2006), Dirceu afirmou que “foi escolhido para ser o símbolo de toda essa mágoa, uma inveja, um ódio que eles [elite] disseminam contra nós”. 
Prestes a iniciar o cumprimento da pena em regime fechado, Dirceu admitiu ter cometido erros em sua trajetória política, mas disse que o Supremo aceitou uma denúncia “vazia” e reafirmou sua inocência.
— Cassaram meu mandato sem prova, que é uma mancha na história da Câmara. Aceitaram uma denúncia inepta e vazia e amanhã teremos mais um, talvez último capítulo, eu vou continuar me defendendo, defendendo o PT e tenho que provar minha inocência. Não vou falar aqui sobre o processo em si, porque ele vai acontecer amanhã [quarta-feira]. […] Cometi muitos erros, sou responsável por muitos desses erros, mas não dos que me acusam. Esses, jamais. 
O ex-ministro completou dizendo que está “com a consciência tranquila que eu fiz o que tinha que fazer”. Afirmou ainda que continuou “sendo o que eu sempre fui” e “com a cassação e a campanha que fizeram contra mim nestes oito anos”.
— Não me faltou apoio do PT, dos movimentos sociais, centenas de milhares de brasileiros. Eu acredito que eu cheguei quase no final dessa primeira etapa, a revisão criminal. Acho que ninguém no Brasil sofreu uma campanha injuriosa, na maioria das vezes sem direito de respostas (com exceções). Sou grato ao apoio e solidariedade que eu tive esses anos todos. 
Os ministros do STF se reúnem na próxima quarta-feira para discutir se os embargos infringentes, capazes de mudar a pena dos condenados em caso de placares apertados, são cabíveis ou não. Caso não sejam, a procuradora-geral da República interina, Helenita Acioli, pode pedir a prisão imediata dos condenados no mensalão.
(R7)

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