Mundo chegará a 2014 com 2,4 bilhões de pessoas sem saneamento

Entre os países de língua portuguesa, o documento sugere que Angola está tentando reduzir a uma taxa de 3,8% a prática de fezes a céu aberto. A diretora da OMS para Saúde Pública e Meio Ambiente, Maria Neira, afirmou à Rádio ONU que o continente africano precisa de mais atenção. Ela acredita que o Brasil está fazendo um grande esforço para combater a falta de saneamento.
“Com o desenvolvimento econômico do país confiamos que a mesma velocidade para esse desenvolvimento econômico e social se possa acompanhar com resultados para a saúde das pessoas. Neste sentido, o acesso ao saneamento é uma das prioridades para a saúde”, defendeu Maria.
Nos demais países de língua portuguesa, Guiné-Bissau melhorou 40% no saneamento e Cabo Verde 25%. Segundo o relatório, desde 1995, o Brasil garantiu acesso ao saneamento a 23% da sua população. Moçambique e Timor-Leste estão com 12% e 11%, respectivamente, de taxas de melhorias.
Tsunami
Se o ritmo de falta de progressos na área de saneamento continuar, a Meta do Milênio que prevê a redução pela metade até 2015, não será cumprida. Desde 1990, apenas 8% deste objetivo foram atingidos. Já o indicador relacionado ao acesso à água potável foi superado em 2010, de acordo com as agências da ONU na área.
O Unicef aponta que a situação é de emergência e não menos terrível do que “um forte terremoto ou tsunami.” O diretor global do Programa de Água, Sanjay Wijesekera, lembrou que centenas de crianças morrem todos os dias por falta de saneamento. (EcoD)