Barreiras está entre as 10 melhores cidades da Bahia.
Indústria naval leva crescimento a Maragogipe
Depois de tanta notícia ruim, é bom dizer que a Bahia também tem municípios que avançaram nos últimos 10 anos. E muito. Foi o caso, por exemplo, de Maragogipe, no Recôncavo baiano. Nesse período, a cidade dobrou sua pontuação no IFDM, passando de 0,36, média considerada baixa, para 0,72, avaliada como moderada pela Firjan.
Depois de tanta notícia ruim, é bom dizer que a Bahia também tem municípios que avançaram nos últimos 10 anos. E muito. Foi o caso, por exemplo, de Maragogipe, no Recôncavo baiano. Nesse período, a cidade dobrou sua pontuação no IFDM, passando de 0,36, média considerada baixa, para 0,72, avaliada como moderada pela Firjan.
Não é à toa que o prefeito Sílvio Ataliba (PT) anda todo orgulhoso.
Depois de oito anos, ele deixa a prefeitura com crescimento em todos os índices: emprego e renda, saúde e educação.
Este último foi a prioridade do prefeito, que é professor primário e conhece de perto a realidade do sistema de ensino. “Antes, só 100 dos 300 professores tinham ensino superior. Hoje, 85% deles são formados”, gaba-se ele, que aumentou o salário dos professores, fez parceria com uma boa editora e diminuiu o número de escolas.
“Tinha muita escolinha sem estrutura em cada povoadozinho, com 15 alunos. Fechamos e investimos nas maiores”, explica. Com isso, conseguiu aumentar a nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2 para 3,8, nota superior à meta estipulada para 2017 (3,5). Mas foi no item emprego e renda que a cidade apresentou maior avanço: cresceu de 0,35 para 0,85, índice considerado de alto desenvolvimento. Essa vitória não tem a ver com a gestão municipal, mas com a instalação de uma empresa de construção de plataformas de petróleo na região.
Emprego e renda foi o item responsável pela ascensão de cinco dos dez municípios que mais evoluíram na Bahia. O município de Itagibá, por exemplo, que fica no Sudoeste da Bahia, cresceu de 0,2 para 0,75 em 10 anos. Já a cidade de Dom Basílio, no Centro-Sul, quase não cresceu nesse quesito. Em compensação, a saúde evoluiu de 0,27 para 0,8, quase o triplo. São Félix, no Recôncavo, cresceu mais ainda: tinha 0,24 e agora tem 0,9, quase a nota máxima.
Já em educação, a que mais evoluiu foi Rio Real, na divisa com Sergipe, que teve 0,3 em 2000 e 0,67 em 2010. Entre os dez primeiros do estado, destaca-se Alagoinhas, a 116 quilômetros de Salvador. Após a implantação de duas fábricas de bebidas, a cidade chegou a 0,68 em emprego e renda, e é a nona melhor do estado.
“Ah, minha filha. Arrumar emprego aqui é difícil demais. O povo vai todo pra São Paulo”. O depoimento de dona Lindaura Vieira de Souza resume a situação do município onde ela mora: Tremedal, na Chapada Diamantina. A cidade é a pior em desenvolvimento econômico de todos os 5.565 municípios existentes no país, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), um estudo anual da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Além de Tremedal, outros cinco municípios baianos estão entre os 15 piores do Brasil: Gongogi, Mansidão, Pilão Arcado, Arataca e Tabocas do Brejo Velho (ordenados do pior para o melhor colocado).
Para determinar o índice de desenvolvimento dos municípios, a Firjan considerou três indicadores: emprego e renda, educação e saúde, atribuindo notas de 0 a 1 a cada um deles.
Os dados se referem ao ano de 2010.
No caso de Tremedal, por exemplo, o índice mais crítico foi o de emprego e renda, que obteve nota 0,1. A dona Lindaura do início do texto conta que emprego por lá, só na prefeitura. “O resto é só lojinha, lanchonete… não rende nem um salário mínimo”. Ela tem três filhos, mas nenhum mora na cidade.
“Estão todos trabalhando em São Paulo. Já conseguiram comprar casa, carro. Estão todos bem, graças a Deus”, comemora a dona de casa, que também vivia em São Paulo, mas teve que voltar há alguns meses para cuidar dos pais idosos.
O prefeito de Tremedal, José Bahia (PP), confirma cada palavra de dona Lindaura. “Aqui não tem investimento privado nenhum. Dos 17,7 mil habitantes, 1,5 mil trabalham na prefeitura e outros 4 mil vivem do Bolsa Família. A maioria vai embora para São Paulo, sempre foi assim” , relata. Segundo ele, a maior dificuldade está no clima da região: “O município fica no semiárido, e 60% da população vive na zona rural. Como temos grandes problemas com a seca,com a falta d´água, fica difícil administrar”, relata Bahia.