Lagarde critica gregos que não pagam impostos
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse que a responsabilidade pela manutenção de serviços públicos na Grécia reside na população de contribuintes do país. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Lagarde afirmou que não haverá abrandamento nos termos do programa de financiamento do FMI, que demanda do governo grego medidas de austeridade que já se mostraram impopulares no país.
“Em relação a Atenas, eu penso também em todas aquelas pessoas que estão sempre tentando escapar do pagamento dos impostos. Todas essas pessoas na Grécia que estão tentando escapar dos impostos”, disse na entrevista.
A diretora do Fundo afirmou que tem pouca simpatia pelos críticos do programa de austeridade por causa do impacto sobre serviços públicos centrais, como saúde e educação. “Eu penso mais nas crianças de uma escola em um vilarejo na Nigéria, que têm duas horas de aulas por dia, dividindo uma cadeira por três, e que estão sedentos por educação”, disse a ex-ministra das Finanças da França. “Eu os tenho em minha mente o tempo todo. Pois penso que eles precisam de ainda mais ajuda do que as pessoas em Atenas”.
Lagarde acrescentou que, se os Gregos querem que suas crianças tenham acesso à boa saúde e boa educação, deveriam pagar seus impostos. “Os pais precisam pagar seus tributos”, afirmou.
Os eleitores gregos vão às urnas pela segunda vez em dois meses em 17 junho, com pesquisas recentes de opinião mostrando o partido de centro direita Nova Democracia em equilíbrio com o da esquerda radical Syriza, que se opõe à austeridade fiscal. As informações são da Dow Jones.
Reação nas ruas
“A sra. Lagarde devia visitar as pessoas, e não os políticos para ver se estamos com fome, o quanto trabalhamos e o que nós pagamos ao Estado. Porque se meu marido trabalhou por 40 anos e pagou seus impostos, ele tem o direito a uma aposentadoria decente, que não deve ser cortada. E eles não deveriam estar aumentando nossos impostos quando não podemos pagá-los com as pensões que recebemos”, disse a aposentada Kaity Lianou, de 66 anos.
“Comecei com uma pensão de 1.780 euros. Agora ganho 1.220. O que devo dizer ao meu filho que é deficiente? Que a Sra. Lagarde está conduzindo experimentos Às minhas custas?”, disse George, um mecânico de avião aposentado de 62 anos.
“Essas duas a três mil pessoas que cometeram suicídio, do que vamos culpá-los?”, questionou George Maletskas, dono de um café. (G1)