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Rebeldes sírios pedem retirada de armas pesadas para cessar-fogo

Um porta-voz do comando das tropas de libertação da Síria disse neste sábado que os rebeldes estarão prontos para parar de lutar no momento em que o exército retirar seus tanques, artilharia e armamento pesado das áreas de oposição.
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Os rebeldes, que já estão há um ano em revolta contra a administração do presidente Bashar al-Assad, disseram não acreditar que o governo irá se comprometer com um cessar-fogo.
Mas o posicionamento anunciado pelo tenente-coronel Qassim Saad al-Din foi a primeira vez que qualquer comandante rebelde sinalizou disposição para prosseguir com o plano de cessar-fogo proposto pelo enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan. Ele já disse que o exército precisa dar o primeiro passo para se retirar de centros populosos, mas a Síria diz que as forças armas devem ser permitidas para manter a ordem.
“Não podemos aceitar a presença de tanques e tropas em veículos entre a população. Não temos problema com o cessar-fogo. Assim que removerem seus veículos blindados, não iremos disparar um único tiro”, disse Saad al-Din à Reuters por telefone, falando de Homs, cidade que tem sido o centro de rebelião contra Assad.
Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente
Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.

A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes,manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.
Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores, sem surtir grandes efeitos. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, as forças de Assad iniciaram uma investida contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. De acordo com cálculos de grupos opositores e das Nações Unidas, pelo menos 9 mil pessoas já morreram desde o início da crise Síria.(Terra)

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