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Roda de Conversa da Câmara debate Euclides da Cunha e a Guerra de Canudos

Decorridos mais de 100 anos da publicação do livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, o assunto voltou ao debate na quinta-feira (8), no Centro de Cultura da Câmara, na Roda de Conversa deste mês de agosto que discutiu o autor, a obra e a Guerra de Canudos (1896-1897), ocorrida no interior da Bahia.

Mediado pelo diretor teatral Paulo Dourado, o encontro contou com as participações dos escritores Oleone Coelho Fontes e Dionísio Nóbrega, além de Sérgio Guerra, Antônio Olavo e Eduardo Morais de Castro, presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB).

O gestor cultural do Legislativo, vereador Odiosvaldo Vigas (PDT), defendeu a aprovação do Projeto de Resolução do Regimento Interno do Centro “para que o espaço avance ainda mais nas suas atribuições e finalidades”. A indicação, de sua autoria, está em tramitação na Casa.

O historiador Oleone Coelho Fontes, autor do livro “Euclides da Cunha e a Bahia”, discorre no seu trabalho sobre os 70 dias em que Euclides da Cunha passou na Bahia e no interior. Ele conta sobre esse período na vida do escritor, pessoas as quais conheceu, as novas amizades, pessoas que o influenciaram. Salienta que a escrita de “Os Sertões” envolveu muita gente, uma equipe dedicada ao trabalho, com destaque para o historiador Teodoro Sampaio, “baiano de Santo Amaro que em muito ajudou Euclides”, além de outros pesquisadores.

Já o professor Dionísio Nóbrega, autor de “Euclides da Cunha e o Sertão de Canudos”, estuda a região faz muitos anos em suas várias formas e com vários pontos de vista. Ele cita a passagem de Euclides da Cunha pela Bahia, a guerra em si, quantas pessoas morreram no conflito e dá sua opinião sobre esses fatos, além de abordar, principalmente, como se deu o povoamento da região. “Houve uma guerra no sertão, com envolvimento de gente de várias localidades. Faço um resgate histórico dos fatos da época”. Sérgio Guerra e Antônio Olavo, também estudiosos do assunto, também deixaram suas opiniões e impressões acerca dos temas relacionados a Euclides da Cunha e do conflito.

Exposição

O Centro de Cultura abriga uma exposição de Trípoli Gaudenzi sobre a Guerra de Canudos, conflito ocorrido no interior baiano. Nas obras, o artista plástico transforma em imagem as narrativas de historiadores. Ele retrata o homem simples, sertanejo que luta por sua liberdade e seus ideais: a terra, o homem, a luta.

A crítica especializada e estudos sobre o assunto afirmam que “nas mãos de um artista, como é o caso de Trípoli Gaudenzi, o grotesco vira arte questionadora, uma arte que faz refletir, que denuncia e educa, contribuindo para o engrandecimento da cultura de todos nós”.

Na mostra, também são apresentadas réplicas de fotos da época, produzidas por Flávio de Barros. O fotógrafo notabilizou-se pela documentação que fez da Guerra de Canudos, sendo autor dos únicos registros até hoje conhecidos do dia a dia das tropas, da rendição e destruição do arraial organizado por Antônio Conselheiro.

Ele criou um álbum de 70 fotografias do confronto. O fotógrafo havia sido contratado pelo Exército para registrar as ações militares, acompanhando a Divisão de Artilharia Canet, que partiu de Salvador em 30 de agosto de 1897, passou por Alagoinhas, Queimadas, Tanquinho, Cansanção, Quirinquinquá e Monte Santo, chegando em Canudos em 26 de setembro, onde ficou, provavelmente, até 12 de outubro.

Câmara Municipal de Salvador

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