Política

Eleições 2022 – Entre as pesquisas e a realidade, eleição segue indefinida

Embora as pesquisas apontem larga liderança em favor de Lula, as rus falam outra língua e nelas, Bolsonaro segue arregimentando multidões. Sob a sombra de erros grassos cometidos nas eleições passadas, institutos seguem combatendo a realidade à vista dos eleitores
Uma análise dos votos válidos por regiões brasileiras comparado com o resultado das eleições nacionais de 2006 – última em que Lula (PT) participou – e de 2018, quando Jair Bolsonaro (PL) foi eleito presidente, demonstra que, neste momento, tanto o desempenho de Lula no Nordeste quanto a suposta perda de capital político de Bolsonaro nas regiões Sudeste e Sul podem ajudar o ex-presidente, se admitirmos que as pesquisas não apresentarão as distorções detectadas nas últimas eleições.

No Nordeste, segundo os levantamentos, Lula tem um desempenho muito parecido com o apresentado em 2006, superando os 70% das intenções de votos. Porém, quando a campanha se desenvolve nas ruas, a ausência do ex-presidente torna os números pouco crédulos

Embora Fernando Haddad (PT) tenha vencido no Nordeste em 2018, as pesquisas indicam uma melhora de Lula em relação a Haddad. Bolsonaro, por sua vez, aparece nas pesquisas com um desempenho pior. Porém, em passagens por importantes capitais do Nordeste, mais uma vez os números são contraditados. O presidente consegue arrastar multidões enquanto o ex-presidente, nos mesmos locais, realiza eventos fechados apenas para a militância.

Dados da pesquisa Quaest de junho

Ainda observando pelas lentes das pesquisas, o enfraquecimento do capital político em duas regiões decisivas para a sua eleição em 2018, o Sudeste e o Sul, são problemas para Bolsonaro. Nas regiões, quando saímos dos números das pesquisas e olhamos para as ruas, onde se dá o cotidiano das campanhas, Lula continua ausente e Bolsonaro segue em recepções efusivas. Para um candidato que está atrás em todas as pesquisas, o fato de amealhar multidões, é no mínimo estranho.

No Sudeste, o presidente perdeu quase 50% dos votos que conquistou em 2018, segundo os levantamentos. No Sul, perdeu cerca de 20%. Lula, por outro lado, registra um desempenho melhor que o de Haddad nas duas regiões. Os índices de Lula no Sul e no Sudeste é parecido com o que se registrou em sua última campanha, em 2006. Tal fato é pitoresco, uma vez que, nas regiões Sul e Sudeste o acesso à informação é bem maior do que nas demais regiões do país, portanto, trata-se de um eleitor mais politizado e sabedor da participação do petista em graves escândalos e de suas condenações na Operação Lava Jato. Mas, mesmo assim, as pesquisas o colocam em crescente vantagem.

No Centro-Oeste, Bolsonaro continua em vantagem. Porém, também perdeu votos em relação a 2018. Cenário similar ocorre no Norte, onde Bolsonaro vence Lula, assim como venceu Haddad, porém, com uma distância menor.

A tendência, segundo as pesquisas, é que o Nordeste vote em peso em Lula, o Norte se divida e o Sul e o Centro-Oeste votem à direita. O fiel da balança na eleição presidencial deste ano será o Sudeste, que concentra os três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Para reverter a suposta desvantagem que possui hoje nas pesquisas, Bolsonaro precisa repetir, em especial no Sudeste e no Sul, um desempenho similar ao de 2018.

Naresenha

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