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Brasil tem 17 pesquisas para vacina nacional em andamento

O Brasil tem atualmente 17 projetos de pesquisa para uma vacina nacional contra a Covid-19, informou o Ministério da Saúde. Os projetos estão na fase pré-clínica. Ou seja, ainda não foram testados em humanos. Os imunizantes em estudo usam tecnologias desenvolvidas por institutos de pesquisa e universidades nacionais.

Em todo o mundo, também segundo o ministério, 334 imunizantes contra a Covid estão em fase de experimento.

Na lista brasileira, está a Versamune, desenvolvida pela faculdade de medicina de Ribeirão Preto, da USP, em parceria com a Farmacore e a PDS Biotechnology, dos Estados Unidos.

Assim que o avanço da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, a Butanvac, foi divulgado na sexta-feira (26) pelo governo de São Paulo, o Palácio do Planalto convocou uma entrevista, às pressas, para anunciar que a Versamune também chegou à fase pré-clínica. Foi pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização para testes em voluntários.

Em nota, a agência disse que a análise considerará a proposta do estudo, o número de participantes e os dados de segurança obtidos, até o momento, nos estudos pré-clínicos,que são realizados em laboratório e animais.

Versamune

Segundo dados do Ministério da Ciência e Tecnologia, a Versamune usa proteínas do próprio coronavírus que ativam o sistema imunológico contra a covid-19. É a tecnologia da proteína recombinante, a mesma da americana Novavax./

Pesquisadores cultivam em laboratório réplicas inofensivas da proteína, que o coronavírus usa para entrar nas células do corpo. Depois de extraída e purificada, a proteína é embalada em nanopartículas do tamanho do vírus. São essas nanoparticulas que ativam o sistema imunológico.

De acordo com a equipe que desenvolve o projeto se tudo correr como o esperado, o imunizante só começa a se aplicado em 2022.

Segundo o governo, R$ 200 milhões estão disponíveis neste ano para estudos de desenvolvimento de vacinas Brasil, pouco mais da metade dos R$ 390 milhões que a Academia de Ciências Farmacêuticas pediu.

A lei que garantiria recursos para o fundo de desenvolvimento tecnológico foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro, no início do ano, mas o veto foi derrubado nesta semana pelo Congresso.

Tempo e continuidade

Pesquisadores alertam que a ciência leva tempo para dar resposta, e por isso é necessário investir com planejamento e continuidade.

Luis Carlos Dias, pesquisador da Universidade de Campinas (Unicamp) e membro da Academia Brasileira de Ciências, diz que não adianta esperar a doença chegar para investir imediatamente. É necessário preparar infraestrutura.

“Então, tudo bem que nós estamos hoje investindo em alguns projetos, mas isso tem que ser um esforço contínuo. Tem que ser uma política de Estado no sentido de ter sempre um investimento e uma prioridade no governo”, afirmou Dias.

“A prioridade desse governo não é investir em ciência e tecnologia. Nós estamos vendo isso claramente, infelizmente. Mas o mundo está percebendo, e a sociedade está percebendo que não há um mundo seguro sem ciência. Que para isso nós vamos precisar, sim, investir e investir maciçamente nessa área”, completou.

(G1)

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