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Vera Cruz: ‘Aqui o povo fala’, entrevista a Professora Hércia Azevedo

O site Visão Cidade através da sua redação vem com uma série de entrevistas como o povo no município de Vera Cruz, dando voz e vez a população, sobretudo que esse é o compromisso do nosso veículo de comunicação, levar a informação para todos, então Vera Cruz poderá conhecer melhor quem são os munícipes e as suas opiniões.
Veja abaixo a entrevista ;

1- Quem é Hércia?

Hércia – Um ser em constante descoberta, e a cada instante uma aprendizagem. Oriunda de uma família grande e humilde. A família paterna da Ilha de Itaparica, oriunda, dos municípios de Vera Cruz e de Itaparica e a família materna da Chapada.  Mulher negra, baiana, nordestina por nascimento e por convicção e uma grande apaixonada pela educação. Graduada pela UNEB em Pedagogia, Especialista em Gestão Pública Municipal pela UFBA e em fase de finalização do curso Novas Tecnologias da Educação, com Artigo concluso e aprovado pela universidade do Paraná UNICESUMAR. Especialista em projetos sociais e uma fortalecedora do Controle social, mediante o processo democrático e autônomo do papel dos conselhos, além disso sindicalista e fundadora do Núcleo da APLB Sindicato dos Trabalhadores da Educação no município de Vera Cruz. Uma entusiasta da participação popular e de controle social, no acompanhamento do orçamento e do planejamento municipal. Ex – delegada sindical da APLB Sindicato no município de Nazaré e atual diretora de formação compondo o quadro de dirigente sindical na APLB Sindicato diretoria Executiva Estadual. Um a eterna exploradora do conhecimento e incentivadora da pesquisa educacional.

2 – Qual o seu nome completo?

Hércia – Hércia Azevedo da Silva

3 – Como está acompanhando as ações realizadas pelo governo do estado, pelo governo federal e do município para o controle da pandemia?

Hércia – Essa pergunta é muito importante frente às dimensões complexas que a pandemia trouxe ao tecido social brasileiro nas suas esferas de poder mediante ao acompanhamento das ações realizadas pelo governo do Estado, pelo Governo Federal e do governo Municipal de Vera Cruz/BA. A nossa realidade é sem sobra de dúvida incerta e emblemática. As medidas deveriam ter tido uma ação conjunta e em tempo hábil de todos os poderes instituídos, para enfrentar esse poderoso inimigo invisível e tão nocivo a vida, o Corona Vírus-19. O governo do Estado da Bahia, tendo em vista a ausência inicial sistêmica do governo federal brasileiro, buscou junto aos municípios, inclusive o de Salvador e também em conjunto com os governadores dos estados do Nordeste, reunir-se para encontrar saídas visando equacionar medidas sanitárias de contenção do vírus e de imediato instituiu a quarentena, o isolamento social e medidas sanitárias necessárias, informando e exigindo da sociedade baiana mudanças drásticas no comportamento social. Essa situação não foi de logo absorvida pelos cidadãos baianos em sua totalidade. Muitos, não compreendendo a gravidade da questão viral não atenderam ao exigido pela articulação entre o governo do estado e os governos municipais no enfrentamento ao vírus. Essa situação comportamental da sociedade e principalmente no que diz respeito à Ilha de Itaparica e em especial ao município de vera Cruz, terminou que favorecendo a expansão viral, como também a flexibilização de prefeitos nos municípios, frente à questão econômica, visando diminuir a política de danos do comercio. Os meios de comunicação no âmbito do estado, os órgãos oficiais do governo estadual e os institutos de pesquisa e as instituições de saúde e sanitárias oficiais dos governos em suas diversas publicações, nos orientavam sobre a realidade da pandemia na Bahia, bem como no município de Vera Cruz., entretanto, desde março são publicadas informações a sociedade sobre a questão viral e sanitária da pandemia, da sua evolução. Tivemos em Vera Cruz, problemas quanto à veracidade das informações na atualização dos dados dos casos e da evolução do contágio. O Visão Cidade, um site respeitado, cujo público de Vera Cruz e de toda ilha, bem como em toda a Bahia, acompanharam as diversas matérias sobre essa questão. Parabenizo esse site por buscar elucidar cotidianamente as questões relacionadas à pandemia. A preocupação no acompanhamento desse poderoso inimigo invisível levaram os meios de comunicação baiano e brasileiro, a diariamente trazerem posições de todo mundo e de organismos nacionais e internacionais, oficiais e privados das diversas áreas do conhecimento, informações sobre a questão viral e de como deveríamos compreender e executar as medidas a serem adotadas em cada região diante da sua realidade objetiva. Em nível federal foi instituída a Rede Federal no Enfrentamento à COVID-19, desde “11 de março de 2020, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a existência da pandemia do novo Corona vírus (COVID-19), as instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica se mobilizaram para ajudar o Brasil na prevenção e tratamento da doença, bem como no auxílio a milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade.” Eles criaram uma plataforma com o seguinte endereço,  https://covid.redefederal.org.br/, essa plataforma vem nos dando toda informação da atuação do país sobre as ações de combate a pandemia. Também pelos sites, portais e redes oficiais nacionais e internacionais, do governo federal e da rede privada de diversas instituições reconhecidas oficialmente, como:

Diversos outros organismos contribuíram para atender a emergência que o processo pandêmico nos acometeu no que diz respeito à informação. Toda contribuição de vários setores da comunicação de forma geral e principalmente as locais, como os canais de rádios e TV, sites, blogs, lives, páginas de facebook, matérias diversas via sistema whats app, instagram, mensagem, dentre outros, foram importantes e muito contribuíram para ajudar a sociedade baiana e em especial a da ilha a estarem em estado de alerta frente à situação pandêmica viral e sanitária vivenciada desde março de 2020. Infelizmente, as medidas tardiamente tomadas pela secretaria de saúde do município de Vera Cruz foram muito insipientes e todas essas situações da não vigilância no enfrentamento desarticulado levaram ao agravo do problema em Vera Cruz. O atraso das medidas sanitárias e a falta de articulação dos diversos setores e pastas da prefeitura de Vera Cruz, não foram em tempo hábil estruturados. Houve uma demora nesse processo e a falta de políticas públicas, efetivas e drásticas para proteger nossa população não ocorreu como se esperava. A população estava atônita a toda essa situação desorganizada do poder pública municipal, que deveria ser capitaneada de imediato pela Secretaria de Saúde. O silêncio da pasta inquietou a todos. O enfrentamento do governo municipal inicial tão insipiente frente a uma situação pandêmica tão grave nos trouxe insegurança e muita insatisfação. Assim, venho buscando na pesquisa cotidiana, nesses instrumentos e em outros não citados aqui, para balizar toda formação e informação minha sobre essa questão.

4 – Você acha que as medidas que foram tomadas surtiram efeito?

HérciaA – Em parte. Em dimensão territorial a Bahia conseguiu em um dado momento conter o avanço do contágio e o esgotamento das redes de saúde preparadas para atender a saúde nessa situação. Entretanto, os prefeitos e as secretarias de saúde , bem como os órgãos de controle epidemiológico, deveriam ter criado protocolos articulados atendendo a diversidade de realidade de cada região e localidade. A situação da Ilha foi um dos casos que não houve uma política ostensiva inicial para fiscalizar as vias de comunicação e a elaboração de um protocolo sanitário para esse fim, tendo em vista o município ser ambiente turístico e do trajeto turístico para várias regiões do Recôncavo Baiano. As ações deveriam ser de imediato articuladas. Houve uma letargia e passividade frente às medidas sanitárias emergentes em nossa região. Também dificuldade de entendimento governamental entre os dois municípios, visando unificar uma posição diante do governo do estado. O governo municipal de Vera Cruz não foi hábil nesse processo. Até o atendimento as sextas básicas para a população vulnerável da ilha só agora foram atendidas, após 4 meses de pandemia. Olho essa questão de  fragoroso descaso e de muita irresponsabilidade do poder publico de Vera Cruz com nossa população.

5 – Qual a ação mais relevante para o combate da pandemia na sua visão?

Hércia – O isolamento social, a quarentena e o uso de medidas sanitárias permanentes, o uso de álcool e água sanitária para o desinfeto; uso constante do álcool gel máscara e o afastamento de 2 metros e por fim a lavagem das mãos constante e banho quando sairmos e retornarmos para nossas residências, tratando com todo o cuidado a nossa relação com tudo e com todos. Todas essas medidas e mais são muito relevante no combate a pandemia.  É o que temos. Essa será nossa realidade durante um período grande de tempo daqui para frente. Não temos vacina, nenhuma medicação que nos proteja no combate a esse vírus, tão nocivo e mortal. 

6- A educação do município como você acredita que será pós-pandemia?

Hércia – Complexa, insegura e incerta, se não houver do poder público uma escuta sensível, articulada com a comunidade escolar local, com a participação do controle social, da APLB Sindicato e de todos que direta ou indiretamente estejam ligados a educação em todo o Estado da Bahia. Vamos precisar ouvir a todos. A educação pública é da nossa conta e está em nossa conta, cuidar e zelar é nossa responsabilidade. Será um desastre sem precedentes, caso o governo municipal haja isoladamente. Os prejuízos serão grandes, principalmente para os estudantes da ilha. É preciso uma discussão planejada do retorno, com metas e estratégias articuladas frente à realidade objetiva da educação municipal, principalmente quanto a infra-estrutura das salas de aulas e do espaço em toda unidade escolar. A realidade imposta pela pandemia mudou nossa relação quanto ao espaço e a geografia das unidades de ensino e do nosso comportamento nesse processo, das relações e da forma como estaremos vivendo e convivendo no ambiente escolar, no cumprimento sistêmico do protocolo sanitário, pedagógico e administrativo, pois eles irão continuar. Ainda há discussão quanto ao exercício de 2020, segundo as declarações do Secretario de Educação do Estado da Bahia na imprensa nos últimos dias, são de extrema relevância ao analisarmos todo o processo educacional. Ele que é o responsável para deliberar pelo retorno das aulas em todo estado, quando for possível retornarmos. Ele declarou a necessidade de se unir os três exercícios em um (2020, 2021 e 2022), visando à garantia do currículo escolar para que não haja prejuízo das atividades letivas do exercício de 2020. Essa ação requer dos sistemas de ensino um planejar consistente e eficiente, para garantir prioritariamente as ações letivas necessárias visando o melhor desempenho do ensino e a recuperação do ano letivo de 2020 prejudicado pela pandemia e com isso a sustentação dos saberes, das habilidades e competências inerentes a cada modalidade de ensino aprendizagem em seu tempo e espaço, necessários para a formação de cada estudante na suas diferentes séries.  É possível fazer o melhor se houver responsabilidade, respeito, humanidade frente ao momento e muita escuta. Infelizmente o secretário no comando da atual Secretaria de Educação de Vera Cruz nos dar insegurança na frente da gestão. Suas atitudes vão à contra mão do momento. Esperávamos que ele mudasse, percebemos que está difícil ocorrer. que as eleições municipais nos ofereçam outra forma de fazer gestão, onde se democratize o processo e espaço de discussão.

7- Com a construção da ponte salvador-itaparica qual a sua visão para o futuro de Vera Cruz?

Hércia – A Ilha de Itaparica já está ligada ao continente, por meio da Ponte do Funil, que liga o Baixo Sul da Bahia à Ilha de Itaparica.  Jaguaripe e Salinas são municípios que estão na base do trecho que interliga a Ilha de Itaparica ao continente. Ela foi inaugurada em 1968. Portanto, A ilha sofrerá, mais mudanças com a nova ponte, prevista para iniciar as obras em janeiro de 2021. O Êxodo do Baixo Sul, para Itaparica, ocorreram de formas desproporcionais, diga-se de passagem, sem controle urbano, do poder publico municipal. Ele se deu via Baixo Sul. Agora se dará mediante Salvador. A geografia da ilha mudará, pois haverá duplicação das vias de comunicação e todo sistema viário será redesenhado devido às mudanças que esse “desenvolvimento” irá provocar. Não seremos mais o que somos. Compreendo que a Ponte do Funil fez toda essa mudança nos moldes operantes do viver da ilha e nos trouxe os problemas que hoje temos. A nova ponte, por certo nos acrescentará mais problemas e esse processo de mudanças se intensificarão com maior rapidez. A ilha se tornará, mas um bairro de Salvador. Essa situação não tem como ser evitada. Hoje, tornou-se necessário para o escoamento de produtos e de comodites importantes para a comercialização da estrutura econômica baiana. A economia determina mudanças sem pedir licenças. Fato ocorrido no passado e se repete no presente de forma muito, muito, mais intensa. Ouvir sua população seria no mínimo descente, pois, quando se trata de poder público essa situação se distância de ocorrer frente a esse esperado tratamento. O poder privado disputa espaço e vem determinar os caminhos ao poder público, ambos confundem-se nesse jogo de interesses. O futuro incerto e emblemático da Ilha o tempo dirá! Tudo que se faz sem uma discussão profunda e respeitosa das partes interessadas, em nosso caso, ouvir a todos sobre essa nova situação, deveria ser com tempo e estudos, seria o passo, mais importante a meu ver. O poder legislativo pouco fez para defender e possibilitar o mínimo de dignidade desse processo de discussão. Entretanto é importante reconhecer o poder da imposição que ocorre sutilmente frente a esse processo e os estudos em suas várias dimensões sociais, ambientais e socioeconômicos e culturais, se foram realizados, foram a toque, de caixa, para atender as especificidades dos interesses econômicos e do governo do Estado. Os prefeitos que passaram e os que estão são coadjuvantes em todo esse processo. O futuro é uma incógnita com previsão mais para dificuldades para quem vive na ilha do que para soluções. A solução será para atender aos interesses de alguns, por certo não para a diversidade de populações que pertencem a esse habitar.  Triste tudo isso! Tenho profundo sentimento, ainda por ser esse lugar, o melhor lugar da minha história de vida. Saber o que está para acontecer é angustiante. 

8- Vera Cruz é uma cidade que vive do veraneio, como você vê o seu recomeço com o novo normal?

Hércia – a sazonalidade é um dos motivos que fazem da ilha essa estrutura de veraneio e turismo. É peculiar as suas características. O Homem é um ser adaptado as mudanças e elas ocorrerão por força do próprio tempo. Entretanto, se antes era difícil, as coisas ficarão muito mais difícil. Os cuidados sanitários e de saúde precisam ser intensificados e estamos em processo eleitoral para mudanças de quadros políticos da ilha. É importante que a população se atente a esse momento e mude seus quadros, elegendo pessoas que façam políticas de gestão pública e não sejam eleitos para gerir a prefeitura e a Câmara, pessoas que fazem da política profissão e ocupem esses espaços para garantir empregos pessoais, no lugar de fazer política de gestão, para melhoria da qualidade de vida da população. É preciso eleger uma câmara de vereadores, mais comprometida com as necessidades das populações que dependem da ilha para viver e sobreviver. Portanto, focar no turismo e melhorar a atuação dessa pasta com um plano de governo que faça do orçamento prática e não tão somente teoria. O turismo é aveia vocacional da Ilha. Os governantes apagam essas possibilidades no planejamento da gestão e os vereadores eleitos fazem vista grossa a essa precarização do plano de governo. Sabotar o turismo é retirar as perspectivas da sobrevivência do nosso povo e instituir a miséria. O povo em necessidades elege mal, e o ciclo é continuo de péssimos governantes eleitos. É preciso garantir um plano de governo que promova possibilidades de sobrevivência e intensifique o desenvolvimento sustentável, das populações em região como a nossa. Portanto, a pandemia trouxe para os próximos anos a exigência de mudança no comportamento social, político, econômico e sanitário da nossa cidade e a educação precisará ser intensificada com essa perspectiva, para que haja segurança no viver de quem mora, trabalha ou passei em nosso município. 

9-  Deixe uma mensagem para o povo vera-cruzense pela passagem do seu aniversário.

Hércia – Parabéns Vera Cruz! Parabéns a todos os teus filhos e a todo o nosso povo. Dos servidores públicos, aos trabalhadores privados. A nossas crianças e todos da educação. O amor e o tempo nos darão as respostas que precisamos para zelar e cuidado desse lugar que pertencemos e amamos. A luta é a nossa maior expressão frente a essa pandemia. Vamos resistir e continuar a lutar. Aniversários novos virão e novas perspectivas para continuarmos na luta por ti Vera Cruz, minha cidade querida.

“A Ilha dos sentimentos

Autor: Reinilson Câmara

enviada por: Sammy (obrigado)Era uma vez uma ilha, onde moravam todos os sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Sabedoria e todos os outros sentimentos. Por fim o amor. Mas, um dia, foi avisado aos moradores que aquela ilha iria afundar. Todos os sentimentos apressaram-se para sair da ilha.

Pegaram seus barcos e partiram. Mas o amor ficou, pois queria ficar mais um pouco com a ilha, antes que ela afundasse. Quando, por fim, estava quase se afogando, o Amor começou a pedir ajuda. Nesse momento estava passando a Riqueza, em um lindo barco. O Amor disse:

– Riqueza, leve-me com você.
– Não posso. Há muito ouro e prata no meu barco. Não há lugar para você.

Ele pediu ajuda a Vaidade, que também vinha passando.

– Vaidade, por favor, me ajude.
– Não posso te ajudar, Amor, você esta todo molhado e poderia estragar meu barco novo.

Então, o amor pediu ajuda a Tristeza.

– Tristeza, leve-me com você.
– Ah! Amor, estou tão triste, que prefiro ir sozinha.

Também passou a Alegria, mas ela estava tão alegre que nem ouviu o amor chamá-la.
Já desesperado, o Amor começou a chorar. Foi quando ouviu uma voz chamar:

– Vem Amor, eu levo você!

Era um velhinho. O Amor ficou tão feliz que esqueceu-se de perguntar o nome do velhinho. Chegando do outro lado da praia, ele perguntou a Sabedoria.

– Sabedoria, quem era aquele velhinho que me trouxe aqui?

A Sabedoria respondeu:

– Era o TEMPO.
– O Tempo? Mas porque só o Tempo me trouxe?
– Porque só o Tempo é capaz de entender o “AMOR”.”

Visão Cidade

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