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Eficácia da vacina contra HPV é maior quando aplicada entre 9 e 14 anos

A vacinação é a melhor forma de prevenir doenças, apesar do desconforto da agulha para alguns. Mas é importante entendermos que a “picadinha” deve ser parte da nossa rotina, sendo fundamental para evitar doenças graves, como por exemplo, o câncer do colo do útero ou de pênis, que na maioria dos casos, são provocadas pelo HPV (vírus do papiloma humano). A infecção provocada pelo vírus ataca, especialmente, as mucosas oral, genital e anal. O HPV também está relacionado com cânceres de boca, garganta e ânus.

É possível evitar essas doenças? Sim, se vacinando contra HPV! A vacina é ofertada no Sistema Único de Saúde e é extremamente eficaz na prevenção desses tumores. Ela está disponível nas mais de 36 mil salas de vacinação. Para os meninos, a indicação é na faixa etária de 11 a 14 anos e, para meninas de 9 a 14 anos.

“Quanto mais precoce eles se vacinarem, mais eles têm a oportunidade de criar um nível elevado de proteção, porque os estudos mostram que eu passe na adolescência ele vai tirar quatro meses mas anticorpos do que só vai assinar uma população adulta”, explica a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues.

A coordenadora destaca que é muito importante que todas as pessoas estejam vacinadas e, portanto, protegidas contra essa e outras doenças para ampliar a cobertura vacinal no país. “E para auxiliar na ampliação da imunização contra várias doenças e as que já haviam sido eliminadas ou erradicadas, mas que voltaram a circular no país, como sarampo, foi criado o Movimento Vacina Brasil”, contou. O Movimento é uma iniciativa do Governo Federal para reverter o quadro de queda das coberturas vacinais no país nos últimos anos.

Confira os esclarecimentos da coordenadora Carla sobre a vacina contra HPV:

1. Como a vacina contra HPV funciona?

Estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo.

2. A vacina contra HPV é oferecida no SUS?

Sim. A vacina HPV quadrivalente está disponível no SUS desde 2014. Atualmente, ela é ofertada a meninas de nove a 14 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29 dias) e para meninos de 11 a 14 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29 dias), com esquema vacinal de duas doses, com intervalor de seis meses.

3. Qual é o objetivo estabelecido pelo Ministério da Saúde com a vacinação contra HPV?

O objetivo da vacinação contra HPV no Brasil é prevenir os cânceres de colo do útero, vulva, vagina, pênis, ânus, boca e orofaringe refletindo na redução da incidência e da mortalidade por esta enfermidade.

4. Por que o Ministério da Saúde estabeleceu a faixa-etária de 9 a 14 anos para a vacinação?

Nas mulheres entre 9 a 14 anos de idade não expostas aos tipos de HPV 6, 11, 16 e 18, a vacina é altamente eficaz, induzindo a produção de anticorpos em quantidade dez vezes maior do que a encontrada em infecção naturalmente adquirida num prazo de dois anos.

A época mais favorável para a vacinação é nesta faixa etária, de preferência antes do início da atividade sexual, ou seja, antes da exposição ao vírus.
Estudos também verificaram que nesta faixa etária a vacina HPV quadrivalente induz melhor resposta quando comparada em adultos jovens, e que as jovens vacinadas sem contato prévio com HPV têm maiores chances de proteção contra lesões que podem provocar o câncer uterino.

A importância da inclusão dos meninos na vacinação contra o HPV é reforçada por estudos que mostram que a inserção de meninos na vacinação contra o HPV incrementa a vacinação das meninas, reduz os desfechos relacionados ao HPV e, além disso previne os canceres de pênis, ânus, boca e orofaringe e contra as verrugas genitais. Por serem os responsáveis pela transmissão do vírus para suas parceiras, ao receber a vacina estão colaborando com a redução da incidência do câncer de colo de útero e vulva nas mulheres.

5. Qual é a meta do Ministério da Saúde com a vacina contra HPV?

A meta é vacinar, ao menos, 80% do público-alvo.

6. Quantas doses da vacina contra HPV são necessárias para a imunização?

Cada adolescente deverá tomar duas doses para completar a proteção, sendo que a segunda, deverá ser administrada seis meses depois da primeira.

7. A vacina contra HPV é administrada por via oral ou é injeção?

É por via intramuscular – injeção de apenas 0,5 mL em cada dose.

8. A vacina contra HPV substituirá o exame de Papanicolaou?

Não. É importante lembrar que a vacinação é uma ferramenta de prevenção primária e não substitui a detecção precoce do câncer do colo do útero em mulheres na faixa etária entre 25 e 64 anos de idade. Assim, a vacinação neste público-alvo, só terá recomendação para o rastreamento quando atingirem a faixa etária preconizada para o exame Papanicolau ou que já tiverem vida sexual ativa.

É imprescindível manter a realização do exame preventivo (exame de Papanicolau), pois as vacinas protegem apenas contra dois tipos oncogênicos de HPV, responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. Ou seja, 30% dos casos de câncer causados pelos outros tipos oncogênicos de HPV vão continuar ocorrendo se não for realizada a prevenção secundária, ou seja, pelo rastreamento (exame Papanicolau).
É fundamental o rastreamento de cânceres em ânus, boca, orofaringe, entre outros, que podem ser detectados em mulheres e homens de maneira precoce.

9. Mesmo após receber a vacina contra HPV será necessário utilizar preservativo durante a relação sexual?

Sim, pois é imprescindível manter a prevenção contra outras doenças transmitidas por via sexual, como HIV, sífilis, hepatite B, etc.

10. A vacina contra HPV pode ser administrada junto com outra vacina?

A vacina HPV pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação do PNI, sem interferências na resposta de anticorpos a qualquer uma das vacinas. Quando a vacinação simultânea for necessária, devem ser utilizadas agulhas, seringas e regiões anatômicas distintas.

Luíza Tiné, para Blog da Saúde

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