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Em “sessão histórica”, vereadores interrogam secretário Alberto Pimentel

Cumprindo a função de fiscalizar as ações do Executivo municipal, a Câmara de Salvador ouviu, na tarde desta quarta-feira, o depoimento do secretário de Trabalho, Esporte e Lazer, Alberto Pimentel. A convocação foi motivada por atuação, sem nomeação, do policial militar Jorge Bruno Guimarães, que, segundo denunciado pela imprensa, responde processo na Justiça por agressão a uma ex-namorada.

Para preservar a imparcialidade do processo, o presidente da Câmara, vereador Geraldo Júnior (SD), delegou a condução dos trabalhos no Plenário Cosme de Farias ao vereador Edvaldo Brito (PSD), procurador parlamentar da Casa. Geraldo respondia pela Semtel antes de Pimentel assumir a pasta.

“Esta sessão carrega a marca da nossa Casa: ‘O futuro da cidade passa por aqui’. Todo e qualquer gestor que cometer algum erro será convocado para prestar esclarecimentos”, avisou Geraldo Júnior, destacando a “autonomia e a independência” do Poder Legislativo de Salvador.

Edvaldo Brito considerou “uma honra presidir esta sessão memorável e histórica”. O presidente da Mesa se referiu à ação inédita de convocar um secretário para prestar esclarecimentos.

Depoimento

Durante aproximadamente vinte minutos, o secretário Alberto Pimentel destacou atividades desenvolvidas à frente da Semtel em pouco mais de dois meses. Para conter as acusações de que não vem atendendo alguns vereadores, enumerou entregas de campos e quadras em diversos bairros de cidade, muitas das obras sugeridas por legisladores. Em tempo, afirmou: “Atenderei todos sem exceção”.

Sobre o motivo principal da convocação, a atuação do PM Jorge Bruno Guimarães, Pimentel disse que soube do processo contra o servidor através da imprensa e que não comunga de agressões contra as mulheres. Conforme Pimentel, houve tentativa de “demonizar” o PM por uma ocorrência de “agressão verbal, comum em casais”. Segundo explicou ao plenário, Jorge Bruno Guimarães atuava na Secretaria enquanto aguardava licença da Polícia Militar. “Enquanto isso, ele estava reconhecendo o ambiente de trabalho e não tinha autorização para fazer nenhum despacho”, garantiu.

Um dia antes da presença de Pimentel na Câmara, a contratação de Bruno Guimarães foi descartada, após nomeação Magno Felzemburgh para o cargo.

Repercussão

O depoimento do titular da Semtel teve repercussão positiva para a maioria dos vereadores. Diante de uma suposta blindagem por parte da bancada do governo, Edvaldo Brito reestabeleceu a ordem no plenário. “O secretário não precisa ser blindado, porque está fazendo uma exposição digna de aplausos”, afirmou o presidente da sessão.

Os vereadores Toinho Carolino (Podemos), presidente da Comissão de Educação, insistiu na tese de erro de Pimentel, ao permitir que o servidor assinasse uma ata mesmo sem estar nomeado na diretoria de Trabalho. A medida, segundo Carolino, configura improbidade administrativa. Da mesma forma discursaram o vereador Carlos Muniz (Podemos) e a vereadora Ana Rita Tavares (PMB). Pimentel assegurou: “Não infringi a lei”.

Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, a vereadora Ireuda Silva (PRB) declarou estar satisfeita com as explicações do secretário, enquanto Aladilce Souza também classificou a sessão como histórica e indicou que as convocações passassem a integrar a agenda da Casa.

Lorena Brandão e Ricardo Almeida, ambos do PSC, Pedro Godinho (MDB), Kiki Bispo (PTB) e Téo Senna (PHS) parabenizaram a explanação de Alberto Pimentel.

No final, Geraldo Júnior parabenizou a condução de Edvaldo Brito e declarou sua consideração final. “Se a Casa está satisfeita, eu estou plenamente satisfeito”.

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