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Ouvidoria promove audiência sobre o BRT

O projeto do Bus Rapid Transit (BRT) e suas implicações financeiras, ambientais e referentes à mobilidade urbana foram tema de audiência pública realizada na manhã desta quinta-feira (14), pela Ouvidoria da Câmara de Salvador, no auditório da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), na Pituba.

“Trouxemos essa audiência para cá porque esta é a região que terá mais impactos da obra. A Ouvidoria não poderia ficar fora desse que é um dos temas mais discutidos na cidade no momento”, disse o ouvidor-geral do Legislativo Municipal, vereador Luiz Carlos Suíca (PT). O parlamentar afirmou, ainda, que o BRT é um modal caro e que não há estudos que comprovem que será eficaz na redução do uso do carro e ampliação do uso de transporte público em Salvador.

A vereadora Marta Rodrigues (PT) disse que o BRT já está presente em mais de 200 cidades do mundo, mas chega a Salvador atrasado. “Quando um gestor público propõe um modal é para convencer quem utiliza carro a mudar para o transporte coletivo. Nesse trecho, o BRT não vai favorecer isso. A outra crítica é que os elevados consumirão metade do valor da obra. Enquanto outras cidades como o Rio de Janeiro estão retirando elevados, aqui pensamos em implantar”, comparou.

“O BRT em Salvador custará caro e será pouco usado. Não há um projeto técnico e ambiental que respalde a implantação do modal. Em contrapartida, a supressão de 30% da vegetação terá um impacto ambiental irreparável”, afirmou o arquiteto, urbanista e membro do Coletivo a Cidade Também é Nossa, Carl Hauenschild.

Meio Ambiente

A supressão vegetal é um dos pontos mais polêmicos da obra. Enquanto a Prefeitura afirma que serão retiradas 154 árvores no trecho do BRT em implantação, participantes de coletivos e movimentos contrários ao BRT sinalizam que o número ultrapassa 500.

O diretor do Sistema de Área de Valor Ambiental e Cultural (Savam), órgão ligado à Secretaria Municipal da Cidade Sustentável e Inovação (Secis), Uelber Reis, explicou que serão suprimidos 10m2 da frente do parque para abrigar o final do viaduto que será implantado na área, mas há ações compensatórias.

“Os dendezeiros e árvores que estavam situadas nesse local já foram replantadas em outra área do parque. Toda a supressão necessária para a obra será realizada seguindo o replantio ou plantio de mudas. Existe ainda o compromisso de fazer o replantio de duas mil árvores no perímetro do projeto. Já plantamos 330 mudas na Via Expressa, por exemplo”, afirmou o diretor.

Todas as sugestões e questionamentos surgidos durante o debate serão encaminhados para os órgãos da Prefeitura envolvidos na implantação, além do Ministério Público e instituições fiscalizadoras do estado.

A mesa do evento foi composta também pela representante do presidente da Câmara de Salvador, vereador Leo Prates (DEM), a assessora parlamentar Mônica Teixeira e pelo doutorando em Urbanismo e membro do Coletivo Mobicidade, Daniel Caribé.

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