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Audiência para indenização do naufrágio de Mar Grande é adiada

Uma audiência de conciliação entre um dos sobreviventes que perdeu a esposa no naufrágio da embarcação Cavalo Marinho I, ocorrido na Baía de Todos-os-Santos, em agosto do ano passado, e a empresa dona da embarcação, marcada para a manhã desta segunda-feira (5), foi adiada para o dia 7 de maio. A tragédia deixou 19 mortos e uma adolescente desaparecida.

O adiamento da audiência ocorreu após um erro no sistema, que teria deixado de intimar os réus na ação, a CL Emprendimentos, responsável pela lancha, e o gestor da empresa. A justificativa foi dada pela conciliadora da audiência, Ráisa Paranhos. Segundo ela, a falha no sistema não é comum, mas pode acontecer em razão da pouca quantidade de servidores e da grande quantidade de processos.

A audiência seria realizada por conta de uma ação por danos morais e materiais, com pedido de indenização no valor de R$ 2 milhões, impetrada por Justino Apóstolo. O valor corresponde a dois terços do salário mínino, renda mensal da mulher do sobrevivente, que era manicure, multiplicada por 40 anos, levando em conta a expectativa de vida do brasileiro, de 75 anos.

Justino Apóstolo estava na lancha acompanhado da mulher, Alessandra Bonfim, de 35 anos. Ela morreu no naufrágio e ele sobreviveu. O casal tem um filho que completa dois anos na próxima sexta-feira (2).

Alessandra era mãe de outros dois filhos, frutos de outro casamento, que atualmente têm 14 e 7 anos. Os dois filhos mais velhos são criados pela avó materna das crianças, enquanto o mais novo, que vai fazer dois anos, vive com Justino.

Justino era morador de Mar Grande e, depois da tragédia, diz que decidiu morar em salvador, no bairro de Águas Claras.

Inquérito

A Marinha divulgou em 23 de janeiro deste ano o inquérito que apurou as causas da tragédia. Segundo a corporação, o naufrágio foi provocado por uma série de negligências e imprudências.

No inquérito, três pessoas são apontadas como “os possíveis responsáveis diretos” pela tragédia: o engenheiro responsável técnico pela embarcação, o proprietário da empresa responsável pela operação e o comandante.

Dentre as negligências, que são atribuídas ao proprietário da empresa e ao engenheiro, está a colocação na lancha de 400 kg de lastros (pesos usados para ajudar na capacidade de manobras). Os objetos de concreto foram deixados soltos abaixo da sala de comando e deslizaram dentro da lancha, contribuindo “negativamente para a capacidade de recuperação dinâmica da embarcação”.(G1)

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