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Sobreviventes e parentes de vítimas de naufrágio protestam em Mar Grande

Sobreviventes e familiares de vítimas da tragédia que deixou 19 mortos na Baía de Todos-os-Santos, na Bahia, se reuniram em protesto na manhã deste sábado (27), em Mar Grande, na Ilha de Itaparica.

A lancha naufragou às 6h40 do dia 24 de agosto do ano passado, dez minutos após deixar o terminal de Mar Grande em direção a Salvador.

Os manifestantes levaram cartazes para lembrar as vítimas e ressaltar a dor das famílias. “Não podemos deixar cair no esquecimento. Tragédia anunciada não é acidente, é crime”, dizia a mensagem dos familiares.

O pequeno Davi Gabriel, que chegou ainda com vida a Salvador, mas acabou não resistindo no dia do acidente, faria um ano no próximo dia 22 de março.

No inquérito da Marinha, três pessoas são apontadas como “os possíveis responsáveis diretos” pela tragédia:

  • Por negligência: Engenheiro responsável técnico pela embarcação
  • Por negligência: Proprietário da empresa responsável pela operação da embarcação
  • Por imprudência: Comandante da embarcação.

Dentre as negligências, que são atribuídas ao proprietário da empresa e ao engenheiro, está a colocação na lancha de 400 kg de lastros (pesos usados para ajudar na capacidade de manobras). Os objetos de concreto foram deixados soltos abaixo da sala de comando e deslizaram dentro da lancha, contribuindo “negativamente para a capacidade de recuperação dinâmica da embarcação”.

Segundo a Marinha, no dia 20 de abril de 2017 – quatro meses antes da tragédia -, foi feita uma vistoria na embarcação. No entanto, após a vistoria, a lancha passou por mudanças, consideradas irregulares, que acabaram com a inserção dos lastros. A Marinha ressalta que deveria ter sido feito pedido de estudo de estabilização após inserção dos pesos.

O comandante da embarcação é apontado como imprudente no inquérito. Para a Marinha, diante das condições climáticas adversas, com ondas, ele deveria ter retornado ao Terminal Marítimo de Mar Grande, e aguardar a melhora do tempo.

Para a Marinha, o comandante da embarcação não foi prudente com a condução diante de ondas de um metro.

Referindo-se a uma exposição da embarcação a um banco de areia, a Marinha também diz que o comandante poderia ter assumido uma função mais defensiva.

Todas as pessoas apontadas no inquérito já foram notificadas pela Marinha e tiveram um prazo de 10 dias para apresentar as defesas prévias. O prazo foi encerrado na segunda-feira (22).(G1)

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