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Itaparica Espetáculo Histórico

“No século XIX, eram organizadas paradas e cortejos relembrando os então recentes feitos. Realizava-se ainda um combate alegórico entre portugueses e brasileiros no largo em frente ao Forte de São Lourenço.”
(Osório Pimentel, historiador itaparicano).

Inspirado desta citação de Osório Pimentel, o espetáculo histórico Hoje é 7 de janeiro! conta o Brasil antes da colonização, o primeiro desembarque português (22 de abril de 1500), a celebração da primeira missa (26 de abril de 1500) e a ultima tentativa derrotada do desembarque português, na Ilha de Itaparica (07 de janeiro de 1823) . Tudo isto é contado através de canto, dança e teatro.

A Independência foi uma conquista do povo, unindo homens, mulheres, índios, negros e brancos. Foi uma luta pelo direito de decidir o seu futuro, sobre uma terra onde até este momento existiu somente o arbitrário e a brutalidade do colonizador.

O Caboclo, personagem principal, o protetor da liberdade e símbolo da Independência, encarna a esperança de uma vida melhor para o aqui e o agora. Nesse sentido, o Caboclo é um emblema atual, expressão única da terra nativa que alcança o universal, tornando-se assim compreensível para todos os cidadãos do mundo.

Um espetáculo reunindo um elenco de 100 pessoas dos municípios de Itaparica, Vera Cruz e Salvador composto por cantores, coristas, bailarinos, atores, instrumentistas e os Caboclos de Itaparica.

O espetáculo

A construção narrativa persiste num processo idêntico ao observado nas encenações tradicionais realizada pelos Caboclos de Itaparica: as hibridações e as miscigenações de elementos de proveniências europeias, africanas e indígenas, que resgata a tradição do século XIX dos Festejos onde aconteceu uma teatralização dos combates.

Originalidade da proposta

Apresentar um espetáculo ao vivo, baseado no diálogo da cultura erudita com a popular caracteriza a originalidade da proposta: apresentar um espetáculo popular onde os itaparicanos contam sua própria história. Homenagem aos nossos antepassados, o espetáculo lembra que a Independência da Bahia foi uma conquista do povo unindo homens, mulheres, índios, negros e brancos. Foi uma luta pelo direito de decidir o seu futuro, o primeiro passo para o estabelecimento de uma democracia, sobre uma terra onde até este momento existiu somente o arbitrário e a brutalidade do colonizador.

Articulação com a tradição e Fortalecimento da identidade cultural da ilha

A Ilha sofreu modificações que mudaram definitivamente seu caráter de local tradicional para uma realidade próxima ao que se observava na capital. A modernidade e a sociedade de consumo estão entrando em conflito com a vida tradicional acrescentando o processo de descaracterização da cultura tradicional e do meio ambiente, aumentando as frustrações da população marginalizada. A Ilha precisa ser resgatada no que ela ainda tem de mais especifico: a riqueza da sua cultura que de fato fortalecerá o sentimento de pertencimento da sua população.

O espetáculo pretende colaborar para o início de um processo de mudança que tenha na força da identidade cultural e na territorialização da cultura local o elo capaz de interligar aspectos como economia, turismo, cidadania, identidade e cultura com a finalidade de permitir a auto sustentabilidade da Ilha e de seus moradores. Por isso, o espetáculo abrilhanta e agrega outros elementos sem descaracterizar a tradição defendida pelos Caboclos de Itaparica, visando à perpetuação dela e garantindo ao povo de Itaparica o poder para promover o seu desenvolvimento. Os efeitos ultrapassam a esfera cultural, alcança a esfera social.

O valor histórico de Itaparica nas lutas pela independência da Bahia é pouco conhecido e ou reconhecido pela população da Bahia e suas instituições. Esta precariedade institucional é contraditória com a importância da data e a significação da imagem do Caboclo no processo de formação da identidade brasileira: a data teve historicamente a mesma importância que o 25 de junho de 1822 (Cachoeira), 08 de novembro de 1822 (Pirajá) e 02 de julho de 1823 (Salvador) e o Caboclo é “O Brasileiro”. O espetáculo pretende também colaborar para a mudança desse cenário.(Ascom)

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