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A agonia do PT e o mau exemplo de Lula e Dilma

Povo nas ruas, Brasília (Foto: O Globo)
Nada, ontem, esteve mais impregnado de simbolismo do que a decisão dos ex-presidentes da República Lula e de Dilma Rousseff de se absterem de votar.
Lula estava em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e por lá ficou. Dilma voou de Porto Alegre a Belo Horizonte para visitar a mãe doente. Chegou ao hospital em um helicóptero.
Ninguém é obrigado a votar depois que completa 70 anos. É o caso de Lula. Mas Dilma, com 68 anos, estaria obrigada a votar. Poderá em todo caso justificar sua ausência.
Os dois não votaram porque seus candidatos às prefeituras de São Bernardo e de Porto Alegre foram derrotados ainda no primeiro turno da eleição.
Deram um mau exemplo. Daqueles que foram autoridades máximas da República eleitos pelo voto popular espera-se sempre gestos que reforcem o compromisso coletivo com a democracia.
Se não quisessem votar em nenhum dos candidatos, Lula e Dilma poderiam ter votado em nulo ou branco. A abstenção simplesmente desvaloriza o ato de votar.
Lula e Dilma saíram de cena logo no dia em que o PT viu sacramentada a mais amarga derrota de sua história. Nas sete cidades que disputou, o partido perdeu em todas.
O vermelho do PT, hoje, tinge uma única capital – Rio Branco, no Acre. Sumiu da maioria das cidades com mais de 200 mil habitantes. Sumiu de São Paulo, berço do PT.
A agonia do partido não tem data marcada para terminar. As eleições gerais de 2018 são consideradas perdidas por ele que não contará com Lula como candidato à sucessão presidencial.
Com menos da metade do número de prefeitos que tinha há quatro anos, o PT carecerá de bases fortes para eleger governadores, senadores e deputados federais.
De resto, está ameaçado de rachar antes disso, com a perda de deputados que procurarão abrigo em outros partidos. É a sobrevivência política de cada um que está em jogo.Ricardo Noblat(G1)

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