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Definidos os candidatos, começa a disputa pela prefeitura

Com os times definidos, a disputa pela prefeitura de Salvador deve se caracterizar pelos ataques de seis candidatos ao atual prefeito ACM Neto (DEM), que tenta a reeleição na condição de favorito por ter sua gestão aprovada pela maioria dos soteropolitanos.
As discussões entre os adversários na pré-campanha indicaram alguns temas que devem ser tratados na corrida pelo Palácio Tomé de Souza, a partir da confirmação das candidaturas nas convenções partidárias.
Os adversários do prefeito têm insistido que ele só se preocupa com a orla e “maquiou” a cidade. O próprio governador Rui Costa (PT) chegou a comparar que os recursos gastos com a reforma das calçadas do Rio Vermelho dariam para instalar dezenas de creches.
Querem colocar em Neto também a pecha de “golpista”, pelo DEM ter trabalhado pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Isso se explica pelo fato de Dilma, o ex-presidente Lula e o próprio PT ainda manterem uma certa popularidade na Bahia, e as oposições acreditam que esse discurso pode sensibilizar o eleitor de Salvador.
A principal candidatura da oposição, a da deputada Alice Portugal, do PCdoB, de estilo aguerrido e com a experiência de ter enfrentado o falecido governador Antonio Carlos Magalhães,  acredita que pode derrubar o favoritismo de Neto mostrando o legado do seu grupo político, do qual participa o governador Rui Costa e o PT, para o Brasil, a Bahia e Salvador.
Terá que levantar escudos, porém, quando os adversários mirarem em sua direção a Operação Lava Jato, que envolve no maior escândalo de corrupção do País alguns dos principais símbolos petistas, entre os quais José Dirceu.
Todos contra um
Na tarefa de atacar o prefeito, Alice terá a ajuda do candidato do PDT, o polêmico deputado Pastor Isidório de Santana, que passou a ser conhecido nacionalmente ao pronunciar no plenário da Assembleia Legislativa, em 2005, lendário discurso reclamando contra o exame de próstata, que inaugurou sua carreira de polemista, onde se destaca um forte conservadorismo: é um “combatente” de primeira linha do movimento gay. Também foi acusado de machista pela bancada feminina da Assembleia Legislativa por veicular um vídeo em que chegou a chamar o órgão genital da mãe de “xereca santa”, pelo fato dela não ser um “sapatão”.
Foi a gota d’água para as deputadas combatentes do machismo e da homofobia: Luiza Maia (PT) e Fabíola Mansur (PSB) entraram com uma representação contra Isidório no Conselho de Ética da Assembleia. O clima entre as duas e Isidório não será nada bom na campanha, apesar dele se colocar como candidato de oposição ao prefeito Neto.
O lado sério de Isidório  vai mostrar  seu trabalho de apoio a drogados e defender que o prefeito Neto “abandonou a periferia”.
Fardo pesado
O candidato Cláudio Silva, do PP, tem fama de bom técnico mas, ao levar para a campanha o “legado” do ex-prefeito João Henrique Carneiro (PR) que deixou o cargo com péssima reputação, carregará um fardo pesado.
O Psol tentará mais uma vez se posicionar como uma alternativa à esquerda e vem desta vez com o sociólogo Fábio Nogueira como candidato, uma cara nova em disputas pela prefeitura. O candidato eterno Rogério Da Luz, que causou estranheza ao se candidatar pela primeira vez aparecendo de costas na TV, bate ponto de novo na eleição. A surpresa foi a decisão da atual vice de Neto, Célia Sacramento, lançar candidatura pelo PPL.
Vice
Capítulo à parte na pré-campanha foi a escolha dos vices das candidaturas da situação e oposição.  Acusado pelos aliados de se afastar das negociações para a formação da chapa de oposição depois que o PCdoB não aceitou o nome de Olívia Santana como candidata a prefeita, o governador Rui Costa (PT) criticou a falta de “planejamento” dos partidos de sua base.
“Meu estilo é de pensar a longo prazo, planejar e executar o planejamento. As chances de sucesso são muito maiores”, declarou, citando a seleção de futebol da Alemanha, que ganhou a Copa do Mundo. “Fez um planejamento de longo prazo, treinou, capacitou e deu um show no Brasil”.
Rui disse também que não impôs o candidato por não ser seu estilo, mas tirou da cartola um nome que surpreendeu a todos para vice de Alice: a deputada Maria del Carmen (PT).
Não faltaram críticas nos bastidores à opção do governador. Um cunhou logo a chapa de “Ibérica”, por comportar Alice Portugal e del Carmen, que é espanhola de nascença. Outro qualificou todo o processo de escolha com uma máxima de Horácio: “A montanha pariu um rato”, ou seja, depois de grande espectativa o nome escolhido não seria o melhor para compor a chapa.
Integrantes da Convergência Negra, que reúne entidades do movimento negro em Salvador, esperavam que o vice de Alice fosse um afrodescendente.(ATarde)

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