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O Bem Amado

Hoje, por acaso, esbarrei em um documentário sobre Paulo Gracindo em um desses canais fechados. Parei para assisti!
Minha surpresa foi enorme em ver revelar detalhes da vida deste ator, que sempre admirei, sobre quem sabia tão pouco.
Soube, por exemplo, que Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo, o simplesmente Paulo Gracindo, era radialista. Sim, radialista! 
Ser radialista no tempo em que ele foi era bem diferente do que ouvimos agora. Havia de ter talento, competência e uma criatividade abissal. Nada de gritos, murros na mesa ou cartões coloridos.
Mas, minha incursão na vida do ator não parou por ai. Tive a oportunidade de rever personagens que, na época devido a minha idade, não compreendia totalmente. Revi trechos dos Ossos do Barão e do Casarão. Novelas que, mesmo indo ao ar às 22 horas, nada tinha de apelativo. Um conteúdo conciso, estruturado. Sem sexo, ou com muito pouco, Sem uma profusão de esterótipos caricatos, mas com muito talento e uma impressionante capacidade de contar histórias complexas e profundas.

Bem, você que lê estas linhas, deve estar a se perguntar: e daí?
Devo revelar que min ha síntese é péssima – não faltou esforço da mestra Célia Adler na tentativa de corrigir este defeito – por isso tanto arrodeio. O que desejo dizer de fato, é que a televisão brasileira piorou muito. tornou-se pobre, enfadonha e cheia de figuras bizarras. Sob a égide de que a violência é parte do dia a dia, inunda-se a sala das famílias brasileiras com drogas e toda sorte de torpeza.
Somos moralistas mas aceitamos a aplaudimos as canalhices do nosso personagem favorito. Se ele trai a mulher com a secretária, suspiramos em ver o tórrido romance. Se o filho do casal é gay, condenamos a atitude dos pais incompreensivos. Mas, se tudo isso acontece em nossas vidas, agimos de forma diametralmente oposta: Na minha família não! Que safado, traiu a esposa com a quela cadela!
Ora, mas se a TV amplia a realidade, onde está o erro?
Para ser sincero, prefiro a TV fictícia. Prefiro sonhar com Gabriela e me imaginar sentado em uma das carteiras da Escolinha do Professor Raimundo. Afinal, o que mais é importante na TV que o entretenimento?
Quem nunca sonhou com o banco da praça que até outro dia era nossa? Ou, que não se viu retratado em seu intimo, por um personagem de Chico Anísio?
Esse era o recado. encarnado o celebre Odorico Paraguaçu: ” Devemos deixar os entretantos e partir para os finalmentes!” Será esta a TV que queremos? é esta a comunicação que desejamos?
Desligue ai, que volto já!
Por Jorge Andrade

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