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Crise do ebola pode durar até o fim de 2015

A crise do ebola na África Ocidental, que teve sua primeira vítima há exatamente um ano, deve durar até o fim de 2015, de acordo com o cientista Peter Piot que ajudou a descobrir o vírus. Diretor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e parte do time que encontrou o vírus em 1976, ele disse que progressos estavam ocorrendo na tentativa de frear o vírus, mas que levaria tempo para o desenvolvimento de vacinas.
“Isso vai ser uma epidemia com uma longa cauda, e uma cauda irregular… precisamos estar preparados para um longo esforço, um esforço sustentável [para] provavelmente o resto de 2015”, informou o pesquisador à BBC nesta quarta-feira (24).
A febre hemorrágica que causa vômito, diarréia e sangramento se espalha pelo contato com fluídos corporais dos doentes e não tem cura conhecida. Emile Ouamouno, de dois anos, considerada a “paciente zero”, morreu no remoto vilarejo de Meliandou, no sul da Guiné em 28 de dezembro do ano passado, após ter febre, dor de cabeça e diarréia. Sua irmã de 3 anos, sua mãe e a avó morreram dias depois.
Essas mortes passaram despercebidas e a doença ficava latente sem ser detectada, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Somente em março as autoridades de saúde na Guiné começaram a perceber que algo preocupante estava acontecendo.
O ebola nunca havia atingido a África Ocidental e levou um tempo para que fosse reconhecido o início do que se tornou o pior surto mundial do vírus que matou mais de 7.500 pessoas e infectou aproximadamente 19.500 na Guiné, Serra Leoa e Libéria.
Em agosto a OMS declarou a epidemia uma “emergência de saúde pública de preocupação internacional”.
Doença deve afetar mais gente
Cientistas estudam o ebola desde a sua descoberta no Zaire – agora República Democrática do Congo – em 1976. Na época, eles suspeitaram durante muito tempo que morcegos frugívoros eram os hospedeiros naturais.
Piot, que acaba de voltar de Serra Leoa, disse que o vírus atingiu seu pico na Libéria, onde tirou cerca de 3.376 vidas, de acordo com dados da OMS.
Ele afirmou ainda que um novo pico de contaminações deve ser registrado em Serra Leoa nas próximas semanas, onde o vírus já matou 2.556 pessoas até agora. O país africano tem quase metade dos casos confirmados.
Tratamentos simples, como fluidos intravenosos e antibióticos, reduziram as taxas de mortalidade em Serra Leoa para um em cada três, em comparação com cerca de 70% anteriormente, segundo Piot.
“Os centros de tratamento foram estabelecidas em todo o país com a ajuda britânica. Você não vê mais as cenas de pessoas morrendo nas ruas”, disse Piot, que já havia criticado a resposta lenta da OMS ao surto.
(G1)

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